quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Recortes de uma alma ferida

Nos acordes do tempo
Me perdi ao relento
Das noites vazias
Que da minh'alma irradia
As agonias da vida
Que um dia gritou em alegria
Pela sua melodia.
Ao cercar da terra macia
Tua pele recordava
De cada pedaço de tala
Que meu coração usava.
Que belo sermão esse da vida
Que castiga e mastiga
As têmporas amigas da lata da cantiga.
Adeus tempo, adeus solidão
Que a cada instante me relembrava o sombrio barco da paixão.
Quanto tempo fica o instante partido
De uma alma ferida lançada ao pé da vida
Com certeza da comunhão?
Parabéns coração
Que bela estrela fizestes em meu coração.

Fernanda Duque - 13/02/2020
Eu sou o sopro que a alma levou.

Nas águas do não dito

Nem todo caso é dito
Nem todo dito é perfeito.
Se ao acaso te esqueço
Pelos infinitos permaneço
Reagente ao sempre eterno começo.
Que brilhante estrada é essa tal de vida
Que emana, cativa
Os retalhos de toda uma vida
Que permanece sobre a brisa
No topo da subida.
Do teu sorriso nasceu o amor
Do amor nasceu a brisa.
A brisa mais nativa
que meu coração já inundou.

Fernanda Duque - 11/02/2020
Eu sou o caminho das águas imersas do amor.

Aos passos do tempo

Asseguro-lhe, Meu amigo
Que nenhuma passagem virou inimigo.
As rosas furtadas encobrem o assoalho da tristeza e levam consigo a medalha da realeza.
Que fonte bela é esta que ali se encontra.
Será que ao menos a vida se encanta?
Reparando nos detalhes
Recorro aos pedais de uma bicicleta
Para chegar até a reta e virar ambulante.
Imigrante da solidão, revivo cada passo em silêncio.
Coletivo remédio de almas que renascem no vento.
Eu sou a medalha de prata.
Eu sou a segunda primeira das rosas que ali repousam e abrem caminhos para o sinal do destino.

Fernanda Duque - 10/02/2020
E pela corrente me faço presente.

Eu sou a cor

Eu sou da cor do amor
Da moça flor
Furta cor.
Prezado cliente, se levante
Pois vem adiante a cor furtiva e litigante.
Andorinha por dentro, sentada ao vento
Leva os pensamentos para longe e a contento.
Eu sou a cor. Eu sou o vermelho encardido
Das plantas correntes de um ser um dia desconhecido.

Fernanda Duque - 10/02/2020
Eu sou a cor da minha dor.