quinta-feira, 30 de junho de 2011

E a saudade aperta...


"Sinto saudades...
Porque o pensamento até vaga, mas sempre pára no mesmo porto. Na mesma imagem. Na mesma sensação gostosa que a lembrança traz.
Sinto saudades...
Porque não existe companhia melhor, em qualquer ocasião. Porque os bons momentos, indiscutivelmente, seriam ainda melhores na presença dele. Porque tudo dá vontade de ser compartilhado.
Sinto saudades...
Porque ele deixou a presença, mesmo na ausência. Porque meus sentidos parecem programados. O cheiro, o som da voz, o gosto, a sensação que o toque provoca... Tudo muito concreto, mesmo quando distante.
Sinto saudades...
Porque é meu presente mais especial. A minha escolha mais acertada. O meu futuro mais bonito.
Sim, sinto saudades... Não qualquer saudade, mas a maior de todas elas..."

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vinho na taça.



Suas mesas ficavam lado a lado. Nove horas diárias, com intervalo de uma para o almoço. E perdidos no meio daquilo que Raul (ou teria sido Saul?) chamaria, meses depois, exatamente de "um deserto de almas", para não sentirem tanto frio, tanta sede, ou simplesmente por serem humanos, sem querer justificá-los — ou, ao contrário, justificando-os plena e profundamente, enfim: que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu. Tão lentamente que mal perceberam. [CFA]

Estou posta, hoje, não há o vazio da cadeira ao lado, mas, há um olhar que chegou colocou vinho na taça.Sentada estou. Só puxa a cadeira um pouco mais, porque na nossa mesa os assentos estão completos. As velas estão acesas. Meu olhar á tempos passou por essa porta, e o vento fechou. E nesse ar, está todo meu amor. Meu e teu.
Verbo: amar. Singular Bezerra!