domingo, 12 de fevereiro de 2017

E enquanto as folhas não caiam, passei a observar quanto tempo dura um instante. Um piscar de olhos? Um bocejo? Um pensamento...? Quanto tempo dura o momento? Permaneci intacta aos ouvidos, olhei com afinco para o tempo. Em uma fração de segundos, descobri o sentido da paciência. O exercício diário da fidelidade artística denominada de espera!

No balançar das árvores, me peguei pensando em você. Por alguns instantes prendi a respiração e me deixei ouvir. Ouvir a brisa, um movimento qualquer que exalava saudade e desejo. A fonte sagrada do mantimento emocional que me sustentou até o final. No formatar de cada palavra, saiu um sorriso. Meio encabulado, sem jeito, tímido como só ele ao se deparar com o simbólico.

Lembrei do primeiro sorriso... Que semente! Brotou em meu peito fagulhas de ansiedade e de saudade. A fração virou inteira, o instante virou momento e o tempo virou indefinido. Jamais contabilizado, transformei as horas em estatística e filtrei, por osmose, o meu bem querer. Foram litros e mais litros de felicidade derramados no tapete da sala.

Uma voz suave que cantava as cantigas do beija-flor no vasto campo do clamor. Os pedidos flutuantes e o berrante, gritavam a todo instante o teu nome. Saltavam lágrimas de diamante e purificavam o semblante. Foi no cheiro da terra molhada que eu fiz morada, respeitando, em cada quadrante, um coração radiante. A tela do telefone clareava as minhas noites e me acalentava com as flores.

A unidade perfeita, a comunhão já feita. Entre idas e vindas, te esperei com a mesma ansiedade do primeiro dia. O frio na barriga, o sorriso incontido, o olhar sofrido de quem não aguenta mais ficar longe de você. Quanto mais eu vivo, mais eu percebo. E quanto mais eu percebo, mais eu me vejo... No reflexo do seu olhar,  te fixo no meu radar e te guio para onde quiser pousar. São fontes internas do sentir e eternas no existir!
             Fernanda Duque. 01:37

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Os dias não têm sido fáceis, não é mesmo? Quem diria que depois de tudo o que passamos, ainda conseguiríamos arranjar forças para tudo suportar com serenidade. Eu sei que a saudade bate e o choro fica preso. Sei que às vezes bate aquele desespero de não saber se nossos olhares se cruzarão novamente. Sei que existem momentos em que a solidão bate à porta e o silêncio toma conta de uma realidade ainda latente. Eu só te peço para não desistir... Eu estou aqui.
                                                                        Fernanda Duque.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Pra que complicar o descomplicado? Reflita nas ideias e valha a pena.
                                                                 Fernanda Duque.
Namore alguém que, por mais que a saudade aperte, está sempre perto para te abraçar com uma oração. Namore alguém que tenha o dom de te fazer sorrir do avesso só para te lembrar que amar é isso: é ser singular.
   Fernanda Duque.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Posso ser sincera?

Pra falar a verdade, eu nunca quis os melhores chocolates e nem os melhores lírios. A única coisa que eu queria mesmo era a sua companhia nos dias de frio. Eu queria mesmo era chegar em casa e me embalar em teu colo debaixo do cobertor e ali me deixar repousar. Foi apenas um sentimento bobo, eu sei, mas era todo o meu desejo.

Eu nunca quis ser tua verdade ou o teu caminho. Eu só queria ter te acompanhado pelos lugares onde passou. Eu nunca me senti dona da razão, tampouco do travesseiro de pena de ganso. Eu queria mesmo era deitar e sentir o calor dos seus pés a aquecer os meus. Preferi escolher do que determinar. Ouvir, calar, recitar...

Eu só queria ter sido o seu fim de tarde e a companhia do chá das cinco. Eu só quis pegar na tua mão e dizer que eu estava ali. Não sei se foi pretensão demais, mas eu só queria te olhar e te sentir meu. Eu poderia ter desistido das verdades, mas preferi andar na loucura. A insanidade amorosa que sempre me acolheu com carinho.

Eu só quis fazer parte do teu corpo, da tua história. Criar um retrato filosófico do amor e emoldurar na parede da sala. Filtrar os sonhos e restaurar as cores... Eu só queria beber aquela velha tequila e cantar a sua música preferida. Virar a mesa em danças e movimentos apenas conhecidos por nós dois.

Eu só queria ter aquele sorriso mais uma vez... Regravar aquela risada e congelar os abraços que roubei. Pra ser sincera, o único desejo era te receber em minha vida, em meu coração, com toda a urgência de um refrão... Eu só queria mesmo era me sentir sua e eternizar essa paixão.
 Fernanda Duque.

E a melhor cantiga é aquela em que você não mais está...

Em refutáveis textos te deixei apenas os versos de um poema qualquer. Embalados pelo sono da madrugada, precisei de um tempo para absorver tudo o que acontecia. Sim, foram momentos de desespero, de angústia, até conhecer o sentido literal da palavra: agora. Frutos verdes que outrora caíram e deixaram rastros de pólvora  por onde passavam. E quem pensa que desisti, morreu. Morreu tentando acreditar que a minha vida girou ao redor de uma imagem, de uma colocação, de meia dúzia de frases acertadas.

Foram tempo difíceis, mas restauradores. Foram tempos de glória, onde tudo o que eu realmente desejava era sumir. Sair da realidade que me rondava, da emboscada que plantei pra mim mesma. E se hoje me perguntas como estou, te respondo com alegria que permaneço nas cantigas do além-túmulo que me levam até o infinito de mim mesma. Refoguei meus sonhos nas águas límpidas do pensar, resolvendo meus problemas de maneira sutil de contínua.

Retornar ao início talvez tenha sido a melhor tarefa que me fez chegar até aqui. Interrompi os sentidos mais vulgares e restaurei meus conceitos em simples cantigas de ninar. O amor que por mim um dia foi esquecido, me trouxe de volta à superfície. Nadei de diversas formas e com destino incerto. O sentido nunca foi empecilho para reacender os princípios de vitalidade que existiam em mim. Pequenas fagulhas de vergonha na cara me fizeram enxergar um universo além do que eu criei para mim.

Tanto tempo perdido, tantas coisas por fazer... Quando te encontrei sentado naquele bar, te olhei bem perto. Um novo olhar se instalou em meu corpo e me fez retaliar uma agressão psicológica sofrida por minha própria ignorância. Um sinal de adeus foi dado naquele instante que nossos olhares se cruzaram. Foi pelas escadarias que me despedi do que eu mais precisava. Abandonar as vertentes do frágil conceito do cuidar. Abandonar o contexto, abandonar a doença que provém do seu nome. Uma lixeira comercial que recicla significados e reconstitui a moral.

Marcadores permanentes de desejos e atitudes. São coletâneas de amor próprio que suavizam os mesmos gostos e os mesmos anseios. Fui além, criei coragem e me libertei. A saudade da minha dignidade fez-se presente e bateu asas. Se um dia eu fui destinada a reconhecer o fracasso, cá estou para dizer que sem você todas as minhas fraquezas se tornaram armas para restaurar a minha falta de coragem. Um impulso anônimo que me recordou as mais lindas canções de amor e me ensinou os refrões da atitude. Se num simples gesto eu me tornei dona de mim mesma, foram nas cantigas sertanejas que me despedi de você. Aquela mesma frase, aquele eterno significado: adeus você!
                                                                                              Fernanda Duque.
"Eu só quero que você não deixe de acreditar na gente. Nunca. Nem se algum dia eu ficar brava e falar que eu vou embora porque cansei da gente, se isso acontecer eu quero que você segure o meu rosto e diga sorrindo que eu não vou encontrar abrigo em nenhum outro abraço porque só o seu é exatamente do meu tamanho. Quero passar um domingo inteiro com você assistindo séries no Netflix e recebendo o seu carinho. Eu quero que você não esqueça a nossa data de aniversário de namoro (a não ser que seja pra me fazer uma surpresa), porque você acha essas coisas meio bobas, mas é importante pra mim. Quero cantar com você bem alto quando a nossa música tocar no rádio sem a gente se preocupar se alguém vai perceber. Quero mais é que percebam e que riam com a gente, porque amor bonito contagia."
Gabriela Freitas.

Se fosse tão fácil...

                                            " Se fosse tão fácil, não seria a gente
                                               E se não fosse a gente não seria amar..."
                                          

E no aconchego dos dias de frio, o aconchego das lembranças me levam de volta aos seus braços. A lua ressurge acalmando a tempestade... Aquela mesma que passou arrastando tudo. Sabe aquele dia em que falamos sobre medo? As 4 disciplinas da razão se resumem em 3 ramos e 1 raiz. São as etapas da vida em que as fases são superadas e caminhos percorridos. Nos encontramos no mistério, nos fortalecemos pela fé e pela harmonia que em nossa vida se instalou. A pastagem verde nos carrega no colo e nos revela o cheiro do colo de Deus. Se um dia eu pensei em nada acreditar... Se um dia eu falhei como cristã... Se algum dia eu me perdi, o teu amor me fez olhar pra cima. O teu amor me devolveu aquilo que alguém pode ter de mais precioso: a fé! Sei que não sou merecedora do amor dEle, mas a todo instante busco os caminhos que me fazem menos errante. Diante do meu Salvador e da Minha mãe que me guiam sobre as ondas e me amam incondicionalmente, te dei o meu coração! Hoje me tens mais que matéria. Hoje me tens em espírito, em verdade. Em fidelidade... Em essência! Obrigada por me trazer de volta para casa...
                        Fernanda Duque.
Frente a frente somos um só. Uma reunião de categorias destacadas pelo sorriso que implorava pra sair. Que saudade!! Quando seu olhar tirou o meu pra dançar, saltei 180km pra te encontrar. Igualei minha órbita a sua e voltei pro lugar. Um guia em forma de canção, que valeu toda a trajetória... Valeu sonhar, valeu planejar. Valeu sentir, valeu concretizar... Numa fração ideológica, retornei ao meu lar. Uma esfera de amor que exacerba as instâncias do querer. Mesmo quando tudo parece perdido, há sempre a lembrança do que nos faz voltar aos trilhos e serenar. E mesmo em tantos acreditar, houve sempre o recomeçar. O renascer do viver, do crer, do amar você!
                                                                        Fernanda Duque.